domingo, 5 de junho de 2016

Um pobre



Sentei-me à mesa de um pobre
E vi como ele comia
Pausada e calmamente
Comia a sopa quente
Com os olhos postos em mim
Perguntando-me se queria
Uma sopa magra e doce
Respondi-lhe - apenas meia tigela
Se não te fizer falta
E alegremente dividiu o pão magro que tinha
Uma lágrima me caiu
E para a janela
Voltei os olhos
Para que não me visse
A água salgada que deles saía
E de repente pensei
Dá mais um pobre que tem tão pouco
Que um rico que come como louco


Cidália Rrodrigues

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