domingo, 3 de julho de 2016

As faces das árvores



As faces das árvores



As árvores não têm faces

Mas quando as olho…

E olho em profundidade

À distância de alguns metros…

Vejo faces, vejo olhos, vejo bocas,

Vejo narizes,

Vejo também barbas e caras rapadas

Cabelos compridos ou curtos

Não faces como a minha,

Não têm uma linhagem definida

Mas preencho-lhes o rosto, magro, gordo,

Fino, espesso…

Não são umas faces quaisquer

São faces que vislumbro

Que me vêm aos sentidos

E delas retiro o sentido e a forma.

Vejo alegria nas faces,

Vejo dureza e também tristeza.

Dizem que é sensibilidade!

Mas fico tão feliz

Quando vejo estas coisas…

Sei que é a minha fantasia

Que me faz ver, a alegria e tristeza

Mas tudo isto me dá uma grandeza.

Sei perfeitamente que as árvores,

São apenas árvores; que têm ramos, folhas, troncos, raízes.

Comparo-as às pessoas, que tem cabeça, braços, pernas,

Pés e tronco.

Faço a interpretação de todas as figurações

E refaço o que o espírito me realça.

Essas significações fazem-me ver

AS Diferenças do Mundo.


Cidália Rodrigues

Sem comentários:

Enviar um comentário