sábado, 16 de julho de 2016

Rebanho do vale



O rebanho do vale



As cabras andavam soltas

A saltar para todo o lado

Comiam aqui e ali

Saltavam ali e além

E com certo desdém

Riam com muito gosto

O pasto era só delas

Não havia mais pasto para ninguém

E quando recolhiam

Era já sol-posto

Vinham muito distraídas

Para tomar o seu posto

Tudo era algazarra

De muita bizarria

Saltavam o dia inteiro

Gastavam todo o celeiro

E quem não comia no pasto

Vivia condenado



Vão-se as cabras malditas

E lá noutras comanditas

Dão-lhes pastos bem gostosos

E postos muito apetitosos

E todo o resto que ficou

Aos asnos o deixaram

Para poderem produzir

Com labuta persistente

Até que venha outra rebanhada

Sem apetite para fazer nada


Cidália Rodrigues




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