quarta-feira, 27 de julho de 2016

Valor aos olhos



Escrevo do que vejo
Porque o que vejo
É de grande admiração
Através dos meus olhos vem a luz ao coração
E enaltece a imaginação
Não ter olhos e não ver
É uma das coisas mais tristes da vida
Só damos valor aos olhos quando deixamos de ver
Não ver os nossos filhos
Não ver a nossa mãe
Não ver a pessoa de quem gostamos
Não ver as flores
Não ver as cores
Não ver os pássaros
Não ver os carros
Não ver os aviões
Não ver para ler
É uma tristeza de morrer
Às vezes limito-me a não dizer
Que quando olho para as coisas
E as mesmas me dão vontade de rir
É porque lhe vejo alguma coisa
Que me faz sentir essa vontade
Quando olho para as sombras
Para as árvores a três dimensões
Vejo a intensidade das emoções
Não é um ver egoísta
É querer ver e ser altruísta
Se não houver alguém
Que mostre outra forma de olhar
Tudo passa despercebido
E tudo será esquecido
Há que goste de olhar
Através dos olhos que veem


Cidália Rodrigues

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